terça-feira, 29 de julho de 2008


É incrível como a gente tá andando por aí e, de repente ("não mais que de repente") a gente pode escorregar e cair... Isso até que é engraçado, especialmente, quando o tombo é de bumba, como foi o meu ontém pela manhã... O foda é ter que colocar gesso e não poder apoiar o pé por quinze dias no chão... ¬¬
[a imagem é da fíbula, o ossinho que eu quebrei: o caso aí é de uma que precisou colocar pinos... se eu ficar bem quietinha e "colar" bem meu osso, não vou precisar passar por isso]
Solução: andar feito sai-pererê pela casa e pensar muito antes de levantar para ir ao banheiro ou para qualquer coisa assim. Estou presa dentro de casa... nem mesmo ao quintal posso ir, pois, tem degraus pra todos os lados nessa casa!
É impressionante como a gente não pensa nisso quando não tem alguma dificuldade de locomoção.
Por exemplo, lembrei-me dos novos caminhos que a UFSCar está implantando... Eles são diferentes: é possível sentir a "textura" com os pés, mesmo com tênis ou algum calçado. E o mais legal é que quando há alguma alteração no caminho, eles mudam... o mais comum são tirinhas contínuas azuis, quando muda, temos aquele de bolinhas amarelas. São aqueles pisos emborrachados, pra quem nunca viu e quer visualizar mentalmente.

Enfim, está sendo uma grande chatice tudo isso. Ter uma dificuldade absurda pra me locomover, tomar banho de chuveirinho e sentada na cadeira (parece coisa de "inválido", credo, esse termo é muito forte!), ter que pedir ajuda aos demais da casa que daqui a pouco não vão mais suportar ouvir o meu chamado...
Como deu realmente certo essa invenção chamada indivíduo que a modernidade constuiu pra gente, né?! É realmente muito chato depender dos outros... =/
Parece que a gente se sente menos gente.

Daí eu fico pensando em como a nossa visão de mundo está estritamente relacionada à nossa vivência. Não adianta, como diria Leonardo Boff: "Os olhos vêem de onde os pés pisam". Acho que não existe maneira melhor de visualizar isso. Sim, visualizar. Texto também é imagem (bom, quem lê isso aqui, sabe que eu não curto texto do tipo introdução, argumentos, conclusão, ou seja, forminhas que nos ensinam no secundário).
Sendo assim, não me admira nada que muitas pessoas enxerguem a população de rua como paisagem da cidade... puxa! Eu nem tinha me tocado das dificuldades de locomoção de outras tantas pessoas!
Penso que apenas lembrei de estudar população de rua por causa de um trabalho realizado há algum tempo em Americana...

Acho que é necessário andarmos e pisarmos por mais lugares do mundo!

2 comentários:

Góris (Gregório Faria) disse...

Sempre há males que vem para o bem.

Como reclamar das condições de ir e vir das pessoas com dificuldade de locomoção se nunca se viveu na pela a situação?

Uma experiencia de vida a mais é sempre benvinda, mesmo que nos custe umas poucas semanas enfurnada em casa, né?

aLiNe disse...

Sem dúvida, amigo...
Nem perdi o bom-humor ainda... hehe! ;P
É uma experiência que beira o campo dos antropólogos! ^^