domingo, 27 de janeiro de 2008

Sobre o contrário do mal


Essa foi uma semana de filmes, peças de teatro, forró pra dançar... não posso reclamar.

Mas, o filme que me sensibilizou mais, apesar de ser norte-americano e fazer toda aquela apologia já conhecida sobre “os americanos [eles acham que são os únicos que moram no continente, fazer o quê (?!), são burrinhos, coitados] sempre salvam o mundo”.

Em alguns momentos é possível perceber falas mais condizentes com a realidade, como “sempre nos mandaram fechar os olhos pra isso, dessa vez não o faremos” (ou algo assim).

Bem... do mais, foi um filme de ação, daqueles que a gente quase quebra os dentes de tanta tensão na boca. Não é do meu tipo de filme favorito não, mas... a frase, aquela frase do final não me sai da mente:

“Para o triunfo do mal só é preciso que os bons homens não façam nada”.

Edmund Burke

É... é difícil admitir, mas... acho que a gente faz NADA tem muito tempo. Nem sempre fazemos o bem ao apenas não prejudicarmos ninguém...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Céu...


Eu poderia escrever um post gigante hoje... mas, quero registrar aqui algo que percebi há algum tempo e me veio à mente quando sai lá fora:

Sinto falta de observar as estrelas e a lua!!!!

O anoitecer em Americana era muito bom... aquele mormaço que vai dando lugar à brisa noturna, as estrelas e poder observar isso da cama, deitada, relaxando... paz! Acho que era isso que eu sentia: fica ali comigo mesma, agradecendo pelo que tinha, fazendo planos, pensando em pessoas especiais...

Hoje as paredes da casa do meu vizinho não me permitem mais... sinto falta.

Daí lembrei-me de umas palavras que estão no blog de uma amiga. Acho que o Drummond descreveu a sensação perfeitamente:

"Eu não devia te dizer, mas essa lua, esse conhaque botam a gente comovido como o diabo".



p.s.: eu nem tomei conhaque, mas, aceitaria um vinho com queijos! ;P

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Ainda sobre amor...


Pois é... não tem como parar de pensar mesmo. Isso aqui anda meio desatualizado porque a vida de babá me anda tomando tempo. Confesso que ficar no MSN também, às vezes, é mais divertido. Ver anime também... férias produtivas as minhas, né?

Mas, enfim, vamos lá:

Andei pensando muito sobre amor, relacionamentos e coisas assim. Não sei se eles povoavam a minha mente ou se os filmes que assisti ajudaram ou ainda se eu assisti aos filmes de maneira enviesada pelos fatos da minha vida cotidiana, todavia...

Vi The Butterfly Effect e The Bubble:

(Pra quem não viu os filmes ainda e não gosta de ler sobre antes... PARE!)

No primeiro, o mocinho por amor à mocinha renuncia à presença dela. Claro que tem os lances de voltar ao passado e tentar consertar as coisas (sonho de qualquer um), mas, a cada ato realizado, conseqüências advindas: “o simples bater de asas de uma borboleta pode causar um tornado”.

No segundo, um amor fora dos padrões aceitos pela sociedade preconceituosa em qual vivemos. Uma moça que leva um fora depois de transar com o cara, um amigo curtindo uma paixão platônica assumida por outro, um estrangeiro e diferenças culturais entre Palestina e Israel.

O amor... ah, o amor... toda essa entrega...

É lindo ver como a felicidade de amar não está ligada à posse.

Quem ama realmente não prende, não machuca, não mata... quem ama, ama.

Simples assim, no amor não há espaço para obsessão. Obsessão é neurose e não amor.

Amor é querer tornar a outra pessoa feliz, mesmo que a gente abra um pouco mão da felicidade da gente.

Será que alguém voltou no tempo e abriu mão de mim por me amar?

Não sei... Mas, que é mais romântico pensar assim, é!

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Quando o amor não é extremado e excessivo. As causas excessivamente intensas produzem efeitos contrários. A dor faz gritar; mas se é excessiva, faz
emudecer: a luz faz ver; mas se é excessiva, cega: a alegria alenta e vivifica; mas se é excessiva, mata.
Assim o amor: naturalmente une; mas se é excessivo, divide: Fortis est ut mors dilectio: o amor, diz Salomão, é como a morte. Como a morte, rei sábio? Como
a vida, dissera eu. O amor é união de almas; a morte é separação da alma: pois se o efeito do amor é unir, e o efeito da morte é separar, como pode ser o amor semelhante à morte? O mesmo Salomão se explicou. Não fala Salomão de qualquer amor, senão do amor forte? Fortis est ut mors dilectio: e o amor forte, o amor intenso, o amor excessivo, produz efeitos contrários.
É união, e produz apartamentos. Sabe-se o amor atar, e sabe-se desatar como Sansão: afetuoso, deixa-se atar; forte, rompe as ataduras. O amor sempre é amoroso;
mas umas vezes é amoroso e unitivo, outras vezes amoroso e forte. Enquanto amoroso e unitivo, ajunta os extremos mais distantes: enquanto amoroso e forte, divide os extremos mais unidos.

ANTONIO VIEIRA. Sermão do Mandato

sábado, 5 de janeiro de 2008

L´Amour...


Busque Amor novas artes, novo engenho.

Pera matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.


Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;


Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.

Camões


L'amour

L'amour, hum hum, pas pour moi,
Tous ces "toujours",
C'est pas net, ça joue des tours,
Ça s'approche sans se montrer,
Comme un traître de velours,
Ça me blesse, ou me lasse, selon les jours

L'amour, hum hum, ça ne vaut rien,
Ça m'inquiète de tout,
Et ça se déguise en doux,
Quand ça gronde, quand ça me mord,
Alors oui, c'est pire que tout,
Car j'en veux, hum hum, plus encore,

Pourquoi faire ce tas de plaisirs, de frissons, de
caresses, de pauvres promesses ?
A quoi bon se laisser reprendre
Le coeur en chamade,
Ne rien y comprendre,
C'est une embuscade,

L'amour, hum hum, ça ne va pas,
C'est pas du Saint Laurent,
Ça ne tombe pas parfaitement,
Si je ne trouve pas mon style ce n'est pas faute
d'essayer,
Et l'amour, hum hum, je laisse tomber!

A quoi bon ce tas de plaisirs, de frissons, de
caresses, de pauvres promesses?
Pourquoi faire se laisser reprendre,
Le coeur en chamade,
Ne rien y comprendre,
C'est une embuscade,

L'amour, hum hum, j'en veux pas
J'préfère de temps en temps
Je préfère le goût du vent
Le goût étrange et doux de la peau de mes amants,
Mais l'amour, hum hum, pas vraiment!
Carla Bruni
Tradução da múcica

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Mil coisas sobre as quais escrever


Férias.... nem por isso a cabeça da gente pára de funcinar. Juro que muitas vezes eu bem que queria que existisse um botão de off ou algo como uma tela de segurança, pra rodar em época de férias na cabeça e usar menos energia... hahahaha! Eu tenho cada idéia maluca!!!!

Tenho pensado em um milhão de coisas!!!
Estão todas relacionadas ao livros que estou lendo e às crianças que estão passando férias aqui em casa (meus priminhos)...

Hum... sobre o livro escrevo depois: vou falar sobre as crianças.
Nada em especial sobre elas: são pestinhas, aprontam como todas crianças, levam bronca o dia todo, mas, sabem ser também irresistivelmente adoráveis... Aprendem com grande facilidade e têm um fôlego que qualquer estudante de graduação gostaria de ter em finais de semestre!
Ah... elas também tem crise de riso como eu costumava ter (estão rindo agora... hahaha... riso abafado pra não acordar quem dorme). Sim, sim... permiti que elas ficassem acordadas comigo. Elas queriam saber o que tanto eu fico fazendo... hahaha! Acho que estou de bom humor!!!! ^^

Mas, enfim... quero mesmo é falar sobre mim. Sobre educação...
Eu devo ser a pessoa que fica mais com eles dois e mais dou broncas... hahaha! Sei ser terrivelmente chata com crianças, chata não: rígida. Uma perfeita carrasca nazista, sem torturas, mas com trabalho forçado! Aprendi com Auschwitz que "trabalho dignifica o homem". Percebi em casa que trabalharem perto de mim em pequenos auxílios domésticos os fazem ficar quietos e eu os supervisiono melhor (eles brigam muito!). Incomodo-me com o fato de trabalho estar associado a castigo, muitas vezes. Por isso ele nos ajudam outras horas também... acho justo. O trabalho não é tamanho assim, vai, não achem que sou má!

Ai, será que consigo escrever sobre o que vim escrever aqui?! Como cientista social tem o dom de enrolar, né?
Educação... como a gente reproduz mesmo o modo como fomos educados. Eu me pareço muito com a minha mãe dando broncas e tals. É engraçado, mas, também me levou a pensar no porquê são necessárias gerações para um costume ser alterado ou pessoas surpreendentemente fora dos padrões e com muito culhão pra romper com habitus* instaurados.
Tinha pensado em mais divagações, mas, por hoje basta. São 03:03 e eu ainda quero ler mais de Ídolos de Barro.


* Habitus no conceito bourdiano é um hábito criado historicamente. É possível fazer uma melhor explicação sobre, buscar um citação, mas, eu não quero, ok? Procurem se informar sobre P. Bourdieu se vocês querem saber mais. Este não é um espaço acadêmico e eu manifesto aqui minha rebeldia.
p.s.: o relógio do Blog não está certo e não sei onde arrumar! =/

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Mudança de Planos


Ha... como não poderia deixar de ser, com todo ano que se inicia: novos ares, novos planos.

Meu Blog, que começou como o objetivo de ser "mais sério" vai ser "meu blog"... isso mesmo!
Infelizmente Poiesis não aceita mais atualizações e nas férias, quando posso postar e ler blogs, não estou conseguindo postar no meu space...
Enfim. Tenho um carinho por ele, mas, se ele não quer ser editado, vou respeitar. Afinal, toda relação deve ser pautada pelo respeito.

Também planos de um blog em comum com a Maria: não sabemos ainda ao certo como vai ser, mas, vai ser...
O ano começa promissor com blogs!!! ^^

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Receita de Ano Novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre

Carlos Drummond de Andrade